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Sem braços e pernas, ritmista toca na bateria da X9 Paulistana há 17 anos

Marcos Rossi emocionou a internet na manhã desta sexta-feira (24) ao relatar a sua história de superação - Reprodução/TV Globo
Marcos Rossi emocionou a internet na manhã desta sexta-feira (24) ao relatar a sua história de superação Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

24/02/2017 13h54

Marcos Rossi, ritmista da X9 Paulistana, emocionou a internet na manhã desta sexta-feira (24) ao relatar a sua história de superação durante participação no "Encontro com Fátima Bernardes", da Globo.

Rossi nasceu com a Síndrome de Hanhart, uma doença rara que impossibilitou o desenvolvimento de braços e pernas, mas conseguiu vencer a barreira do preconceito e hoje faz parte de uma das maiores escolas de samba de São Paulo.

"A minha irmã já tocava num bloco, e eu sempre a via e ficava apaixonado por aquilo. Um dia, vi um instrumento --o chocalho-- no chão, e eu pedi a minha mãe para me dar. Ela me deu. Eu chacoalhei e saiu o ritmo. O mestre de bateria me viu [naquele momento] e disse 'garoto, você tem ritmo, vem tocar com a gente'", afirmou Marcos.

Um amigo viu que Marcos teria jeito para a coisa e o aconselhou a procurar uma escola de samba do grupo especial de São Paulo. Ele seguiu o conselho, mas foi recusado no primeiro teste com a justificativa de que a sua deficiência poderia atrapalhar a escola no quesito "Evolução".

"Cheguei numa escola do [grupo] especial, fiz o teste, mas o mestre [da bateria] disse 'não, não dá para você tocar com a gente porque a sua cadeira de rodas pode fazer a escola perder pontos no quesito evolução'. Eu gostava tanto do samba e a paixão era tão grande que eu falei 'não vou desisti'. Eu fui fazer teste em outra escola, cheguei a X9 e o pessoal me aceitou. E estou lá até hoje, há 17 anos", contou Marcos, que utiliza um adaptador na hora de tocar na bateria.

Além de ritmista bem-sucedido, Marcos Rossi ainda é DJ, palestrante, cantor, skatista, surfista e escritor. "Eu ainda só não pulei de paraquedas. Eu ainda não achei um louco para me jogar lá de cima", brincou ele, sob gargalhadas.

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