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Após confusões, Prefeitura de SP deve multar Agrada Gregos; bloco rebate

Público sobe em cima de ônibus durante bloco Agrada Gregos; organizadores pediram que os foliões descessem para que a festa continuasse tranquilamente - Reinaldo Canato/UOL
Público sobe em cima de ônibus durante bloco Agrada Gregos; organizadores pediram que os foliões descessem para que a festa continuasse tranquilamente
Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Mirthyani Bezerra e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

26/02/2017 18h41


Os mal-entedidos entre os organizadores do bloco Agrada Gregos e a Prefeitura de São Paulo devem terminar em punição. Na tarde de sábado (24), cerca de 60 mil pessoas estiveram no bairro da Bela Vista, na região central de São Paulo, para brincar no Carnaval de rua.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), porém, os organizadores teriam previsto a presença de um terço desse público: 20 mil foliões. O bloco confirma que informou esse número, referente à quantidade de pessoas presentes na festa em 2016, mas lembra que, nas redes sociais, tinha a confirmação de que ao menos 40 mil passariam pelo Agrada Gregos.

Os organizadores acreditam que houve falha da companhia. “Ano passado, que tinha 20 mil pessoas, os dois sentidos [da rua Rui Barbosa] estavam interditados. Não teve nenhum problema, a gente não teve nenhum problema com a CET ou com a prefeitura. Este ano, que a estimativa era de 20 mil pessoas para mais --porque é nosso segundo ano, a gente já ficou mais conhecido--, a CET interditou um lado e não interditou o outro”, contou ao UOL Armando Saullo, um dos fundadores do bloco.

Outro ponto de discórdia é o caminho tomado pelo bloco. A CET diz que não foi seguido o trajeto previsto, o que teria feito com que um ônibus ficasse no meio do bloco. Foliões chegaram a subir no coletivo, que teve janelas quebradas.

“Essa informação não procede porque fizemos exatamente o itinerário combinado com CET e a Prefeitura Regional da Sé”, disse Saullo. “Temos até o mapa da CET, com a autorização do trajeto exato que fizemos”.

Em nota, o bloco disse que, no dia 23 de janeiro, foi combinado, com a Prefeitura Regional da Sé, que o horário do bloco iria das 16h às 22h, sendo os primeiros 30 minutos para concentração. Também estava prevista uma parada de duas horas na região da praça Dom Orione, próximo ao local onde o ônibus ficou parado. A dispersão deveria ser iniciada às 21h e o som, desligado às 22h.

Segundo Saullo, agentes da CET só chegaram para atender o bloco 15 minutos antes do início previsto, às 16h. “A gente acatou a prefeitura o tempo todo. Eles pediram, inclusive, para encerrar o desfile uma hora e meia antes”, diz Saullo. “Se a culpa é para alguém, com certeza, é para a prefeitura”.

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Multa provável

A Secretaria de Prefeituras Regionais --as antigas Suprefeituras-- “avalia as providências cabíveis sobre os incidentes ocorridos no último sábado”. Provavelmente, o bloco deverá ser multado, apurou o UOL junto a fontes na administração municipal. A definição deverá ser feita após o Carnaval. O bloco pretende recorrer caso isso aconteça. A secretaria não confirmou a multa nem informou qual seria o valor a ser pago em função das ocorrências. 

Em nota, a SMC (Secretaria Municipal de Cultura) diz que “as tratativas com os blocos seguiram o cronograma que estava sendo trabalhado desde a gestão anterior”. “As reuniões entre SMC, CET e blocos começaram no ano passado e vêm acontecendo ao longo deste ano para melhor planejamento tanto para foliões como para quem não brinca na festa”.

A pasta da Cultura diz que são feitos “ajustes de operação sempre que se sente a necessidade de melhora. "Vale lembrar que a expectativa de público é informada pelos organizadores no momento do cadastro do bloco, e toda a infraestrutura disponibilizada é baseada na informação passada pelos próprios blocos", diz a secretaria.

O bloco, apesar dos percalços, vê um bom resultado no Carnaval de 2017. “Embora, infelizmente, tenham ocorrido alguns imprevistos, entendemos que a Prefeitura e todos os demais órgãos relacionados estão fazendo um bom trabalho e melhorando a estrutura do carnaval a cada ano que passa. Sem eles, não seria possível fazer a festa acontecer. Somos muito gratos a todo apoio que recebemos”.
 

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