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Blocos de rua

Em SP, bloco FrancisKryshna faz meditação e entoa mantras no pós-Carnaval

Bloco FrancisKryshna durante seu desfile de Carnaval em São Paulo -  Caroline Riley/Divulgação
Bloco FrancisKryshna durante seu desfile de Carnaval em São Paulo Imagem: Caroline Riley/Divulgação

Osmar Portilho

Colaboração para o UOL

10/01/2018 04h00

Que tal um detox de Carnaval depois de um feriado de exageros? Não estamos falando de alimentação nem da bebedeira, e sim de um detox espiritual. Concebido em 2016, o bloco FrancisKryshna fez seu primeiro desfile no pós-Carnaval de São Paulo em 2017 com uma proposta de unir mensagens de São Francisco e do deus hindu Krishna. Em 2018, o coletivo fará seu desfile no dia 17/2 (sábado) na Praça Rio dos Campos, às 10h.

De acordo a fundadora do bloco, Phydia de Athayde, o evento tem como intenção unir dois “representantes diferentes de uma mesma mensagem de amor universal”. Entre o repertório do grupo, toca uma oração de São Francisco em ritmo de xote, mantras indianos e algumas canções mais populares, como Andar com Fé, de Gilberto Gil, My Sweet Lord, de George Harrison, e Santa Clara, de Jorge Ben.

A parte musical também reflete a união de dois mundos: o arranjador e mestre de bateria de vários blocos tipicamente carnavalescos, Negão da Serrinha, e os cantores de mantras e músicas de paz Vivian Amarante e Filipe Stein integram o bloco.

Cultura de paz e meditação
Phydia explica que a ideia do bloco surgiu em 2016. “Tive a inspiração ao ver uma apresentação dos mineiros do bloco Pena de Pavão de Krishna, no Parque do Ibirapuera. Achei aquilo maravilhoso. Pouco depois eu estava em casa e me deu o estalo de que dava para ter algo assim na minha cidade”, explicou.

Antes dos ensaios e das apresentações do bloco, os integrantes, músicos profissionais e percussionistas amadores, convidam os participantes a fazer uma meditação durante alguns minutos. “Isso acalma, conecta, reafirma e direciona o axé da coisa toda”, contou.

FrancisKryshna durante desfile no pós-Carnaval de 2017 -  Caroline Riley/Divulgação -  Caroline Riley/Divulgação
Phydia de Athayde teve ideia do bloco em 2016
Imagem: Caroline Riley/Divulgação

A praça que recebe o bloco no Carnaval é a mesma onde são realizados o ensaios, que ganhou até uma repaginada graças ao grupo. “Fizemos vaquinha algumas vezes para cortar a grama, pois era bem abandonada”. Em sua estreia, um financiamento coletivo garantiu os equipamentos de som e as fantasias do grupo.

“O dia do desfile foi demais. Nossa fantasia era metade Krishna, uma calça amarela, metade São Francisco, blusa marrom com corda na cintura e um passarinho no ombro. A praça se encheu de crianças, famílias, amigos, conhecidos e desconhecidos. Nossa apresentação foi parada, como uma banda. Para 2018, vamos dar voltas com a bateria na praça... Já estamos confirmados e cadastrados na prefeitura”, disse Phydia.