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Blocos de rua

Com direito a casamento, Charanga do França desfila e encerra sob chuva

Folião aparece fantasiado de Maria Betânia durante o Charanga do França - Roberta Sant"Anna/UOL
Folião aparece fantasiado de Maria Betânia durante o Charanga do França Imagem: Roberta Sant'Anna/UOL

Helena Bertho

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/02/2018 14h10

Sem trio ou uma grande estrutura, o bloco A Espetacular Charanga do França leva o público nos pulmões e muques dos seus músicos. Ele tocaram por quase cinco horas sem parar debaixo do sol de quase 30°C, ocupando as ruas da Santa Cecília com foliões suados.

Ainda na concentração do bloco, um dos maiores momentos da festa: a celebração do casamento de Daniel Brita, que toca trombone na banda, e Carol Shimeji.

Os dois trocaram seu sim ao som de uma marcha nupcial carnavalesca e aplausos do público, com Luiz Thunderbird, ex-VJ da MTV, como mestre de cerimônia.

Muito calor e aguaceiro

Logo depois da celebração do amor, o cortejo saiu pelo bairro. A cada quarteirão, o volume de público -- e de ambulantes os seguindo -- só aumentava.

Em seu quarto ano de carnaval, o bloco mudou o horário e saiu mais cedo, às 10h.

Para ajudar os foliões a se refrescarem do calor do sol a pino, moradores jogavam água com baldes e mangueiras das janelas de seus apartamentos. A cada novo jato, um grito de alegria do povo.

Bodys e maiôs foram as peças de fantasia mais presentes, mas a criatividade também deu as caras. Teve casal fantasiado de "dormindo", com lençol e travesseiro e até uma Maria Betânia que emocionou os fãs.

"O pessoal vem me abraçar, dizendo 'Betânia, eu adoro você", contou Juliano Araújo, 38, o homem por trás da peruca e do nariz de massinha que deram forma à versão carnavalesca da cantora.

O bloco chegou ao Largo de Santa Cecília às 13h, ao som ritmado de gritos políticos de "Fora Temer".

Os foliões lotaram o largo e uma chuva forte caiu, mas isso não foi suficiente para desanimar a banda, que seguiu tocando marchinhas debaixo da água -- o que já é uma tradição do bloco, que sempre pega chuvas fortes na segunda de carnaval.

Só depois que o sol voltou foi que a banda parou e a festa começou a acabar.