"Não tive medo de ninguém", diz carnavalesco que levou Mangueira à vitória
Marcela Ribeiro
Do UOL, no Rio
Confiante e até já prevendo o título. Foi dessa forma que membros da Estação Primeira de Mangueira encararam o resultado do desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (10). Nem mesmo a Portela, de Paulo Barros, apontada como uma das favoritas preocupou a Verde e Rosa.
"Não tive medo de ninguém, o único medo que eu tinha era da própria Mangueira. Estava confiante. A Mangueira apostou no novo e esse foi o diferencial", disse o carnavalesco Leandro Vieira, que foi campeão em sua estreia.
Assim que o resultado da apuração saiu, a quadra da escola, que fica na entrada da comunidade, na zona norte do Rio lotou, com mais de cinco mil pessoas. Moradores e foliões apaixonados se espremeram no local e encararam o forte calor, com bandeiras e camisas da escola, cantando com empolgação o samba-enredo deste ano em homenagem à Maria Bethânia.
Além disso, sobraram gritos de "A campeã voltou" e sambas marcantes de outros Carnavais.
Ouça o samba vencedor no UOL Música Deezer
Enredo emocional
"Este ano viemos com um enredo emocional. Sentimos uma energia diferente, a gente chorava enquanto cantava. É um samba ímpar, a gente previa esse título", disse Alemão do Cavaco, um dos compositores do samba.
O diretor de Carnaval da Mangueira, Junior Schall, acredita que a escola precisava dessa inovação trazida pelo carnavalesco este ano.
"Fez a diferença o Leandro ser um carnavalesco que trouxe sangue novo para o samba. Ele propôs uma estética renovada, que oxigenou a Mangueira e ela precisava disso. Ele fez crescer o desfile com as suas alegorias de uma forma magistral", avaliou.
Rainha de bateria da escola por três anos e musa por mais três, Renata Santos vibrou com o primeiro título da escola desde que desfila.
"Estou muito feliz, em êxtase. São 6 anos de Mangueira. A escola teve garra, o enredo estava lindo e o Leandro fez um trabalho maravilhoso", disse.
João do Ciep, diretor de harmonia da escola, contou que a comunidade se dedicou muitos meses para fazer um desfile impecável.
"Foi um trabalho de nove meses muito bem executado. A Mangueira foi muito bem num todo, o enredo também foi muito bom e ano que vem viemos com tudo atrás do bicampeonato".
Integrantes da Mangueira comemoram anúncio da vitória
Festa até o amanhecer
Do lado de fora da quadra, centenas de pessoas vibravam com o título. Dezenas de ambulantes vendiam cerveja a R$ 3,50.
"O isopor está quase vazio, vou pegar mais no estoque porque na Verde e Rosa a festa vai até o amanhecer", vibrou o ambulante Carlos Santos, morador da comunidade.
Seja dentro ou fora da quadra, o clima da comunidade era de festa. Todos estavam com a sensação de que o grito de campeã estava entalado há muito tempo na garganta.
"Estou emocionada, a última vez que a Mangueira ganhou (2002) eu era adolescente. Agora já sou mãe e trouxe minha princesa Larissa, de um ano e meio, para conhecer essa paixão desde cedo. Ela já conhece o batuque desde a minha barriga", contou a manicure Yasmin Souza, moradora da Mangueira
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