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Recife e Olinda

Habituada a respirar frevo, Elba Ramalho divide atenção com o samba em 2017

Elba Ramalho no Carnaval 2015, em show no palco do Marco Zero, no Recife - Eduardo Queiroga /UOL
Elba Ramalho no Carnaval 2015, em show no palco do Marco Zero, no Recife
Imagem: Eduardo Queiroga /UOL

Mateus Araújo

Colaboração para o UOL

11/02/2017 04h00

Espécie de rainha do Carnaval do Recife, Elba Ramalho é uma das artistas que mais reúne público em seus shows durante a folia. São milhares de pessoas embaladas por um repertório composto apenas por ritmos típicos pernambucanos. Mas neste ano, às vésperas da festa de Momo, Elba divide sua atenção entre a preparação para animar os recifenses e o samba: ela é a homenageada da escola Tom Maior, em São Paulo. 

“Estou muito feliz. Minha trajetória é marcada por muitos momentos felizes e a escola vai tentar mostrar um pouquinho deste caminho que eu percorri, com muita alegria”, comemora a cantora paraibana. “O samba é bom, a letra é bem expressiva, sou recebida com muito carinho pela escola e pela comunidade. É uma verdadeira honra.”

Com o samba-enredo “Elba Ramalho Canta em Oração o Folclore do Nordeste. Toque Sanfoneiro Forró, Frevo e Xaxado”, a Tom Maior abre os desfiles do Grupo de Especial, no sambódromo do Anhembi, no dia 24 de fevereiro. Tema da escola, a cantora conta que fez questão de ir ao barracão e participar dos ensaios, sempre que conseguiu conciliar a agenda. “Foi muito emocionante. Gostaria de ter ido mais vezes, mas agenda de shows não permite. Dei pouquíssimas opiniões, o talento criativo do carnavalesco é incrível. Acho que o desfile vai ser lindo e vou ter que me controlar para não chorar.”

Musa

No Recife, Elba Ramalho é responsável por fazer o show de encerramento da folia, na madrugada da terça para a quarta-feira. A apresentação é uma espécie de apoteose seguida de um grande bloco com orquestra, no Marco Zero. “É uma tremenda responsabilidade. O público sabe o quanto me entrego, e mesmo depois de quatro dias de muito frevo, a energia do povo é impressionante”

Embora seja paraibana, Elba Ramalho tem uma relação estreita com Pernambuco e, claro, com o Carnaval do estado. “Meu pai era pernambucano, tocava em orquestra, e herdei este gosto pela música e pelo frevo desde pequena. O Carnaval é multicultural, apresenta diversos gêneros musicais, mas valorizam a tradição”, conta ela. “A cultura é muito rica, o público é exigente e tenho que estar preparada.”

A preparação para a folia, afirma Elba, é constante: “Corro na areia fofa quase que diariamente e os meus shows são uma tremenda malhação. Como no período pré-Carnaval, eu já estou fazendo muitos shows, chego sempre muito bem preparada. Vai ser mais uma maratona de novo. Fico exausta, mas adoro.”