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Blocos de rua

Baixinhos e grandinhos se divertem no desfile da Banda de Ipanema, no Rio

Bernardo Moura

Colaboração para o UOL, no Rio

27/02/2017 20h57

Quem chegava na Praça General Osório, em Ipanema, na zona Sul do Rio, no final da tarde desta segunda-feira (27), ouvia o grito dos vendedores ambulantes vendendo sprays de espuma por oito ou dez reais entre as crianças, que adoravam jogar a "neve" em todas as direções, e os pais, que corriam atrás de seu filhos.

No chão da praça, o cimento das pedras portuguesas quase não era visto. A tal neve, os confetes, muitas serpentinas e outros apetrechos carnavalescos cobriam o chão, funcionando como uma espécie de tapete para as 5.000 pessoas, segundo a organização do bloco.

Por quatro horas, o 53º desfile da Banda de Ipanema, que foi criada em 1965, homenageou o centenário de grandes bambas da música como Dalva de Oliveira, Antônio Callado, Chacrinha, João Saldanha e Severino Araújo. 

Kira Alexandra e Juliana Helena - Bernardo Moura/UOL - Bernardo Moura/UOL
A mamãe Carla levou Kira Alexandra e Juliana Helena, de 11 anos, para ver a Banda de Ipanema
Imagem: Bernardo Moura/UOL

O presidente do bloco, Cláudio Pinheiro, apontou o motivo pelo qual a Banda por ser pioneira no Carnaval de rua do Rio fazia esta grande homenagem.

"A Banda sempre teve este pioneirismo no Carnaval do Brasil e esta homenagem é para os grandes mestres da música que já fizeram parte de algum modo da nossa história. É muito importante que a segunda-feira seja reservada para as crianças. Assim, elas já estão tendo o contato com músicas que fazem parte do nosso Carnaval e terão quando estiverem adultas", analisou.

O carioca Sidnei Paiva, 34, pode ser considerada a prova viva do discurso de seu Cláudio. Ele, pai de Rafaela, 1 ano e meio, e de Isabela, 4, acha muito importante que o Carnaval seja de paz, brincadeiras e alegria para a criançada.

"Você consegue tornar o Carnaval como uma verdadeira oportunidade. As fantasias, as ilusões, as brincadeiras. As minhas filhas olharem para o lado e verem várias princesinhas ou super-heróizinhos é uma coisa boa. Não tem porquê o Carnaval não ser vinculado à alegria", pontua.

Antônio Magalhães - Bernardo Moura/UOL - Bernardo Moura/UOL
Antônio Magalhães, 5, escolheu a fantasia de pirada para o desfile da Banda de Ipanema
Imagem: Bernardo Moura/UOL

O carioca Sidnei Paiva - Bernardo Moura/UOL - Bernardo Moura/UOL
Sidnei Paiva com as filhas Rafaela, de 1 ano e meio, Isabela, de 4
Imagem: Bernardo Moura/UOL

 
As amigas Kira Alexandra e Juliana Helena, de 11 anos, adoram Carnaval e sempre frequentam a segunda-feira da Banda de Ipanema: "Estou aqui com minha melhor amiga e a gente está escutando muita música, rindo e se divertindo muito", diz Juliana.

Antônio Magalhães, que fez questão de contar que daqui a dois meses irá fazer 6 anos e estava fantasiado de pirata, disse que está com uma rotina muito cheia no Carnaval: "Este é o meu primeiro bloco de hoje. Mas eu já fui em outros blocos. E eu tenho me divertido muito", revela.

Pensa que acabou? Não mesmo. Onde tem criança, tem palhaço! A companhia de artistas UPA Da Palhaçada, formada pelos palhaços Márcio, Cláudio, Valeria e Levy, fazia sorrir todos os baixinhos e grandinhos que estavam presentes no bloco. Márcio contou que eles fazem a alegria brotar nos locais mais cinzas como asilos e orfanatos.

"Nós somos um grupo de amigos interessados em promover a alegria. Estamos indo a vários blocos. Fazemos este trabalho há dois anos. E receber o retorno das crianças não tem valor. É muito gratificante", conta.

UPA Da Palhaçada - Bernardo Moura/UOL - Bernardo Moura/UOL
A UPA Da Palhaçada é formada pelos palhaços Márcio (de boné de enfermeiro), Cláudio (com o megafone), Valeria (de peruca roxa) e Levy (de preto)
Imagem: Bernardo Moura/UOL