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Blocos de rua

No Rio, presidente do PSOL encarna Mafalda no Bloco Bagunça meu Coreto

Bernardo Moura

Colaboração para o UOL

28/02/2017 15h58

O presidente do Partido Socialismo e Liberdade, PSOL, do Rio, Tarcisio Motta,  acordou esta manhã de terça-feira gorda (28), penúltimo dia de folia, com uma só preocupação na cabeça: celebrar com as mais de três mil pessoas os 12 anos do bloco Bagunça Meu Coreto, em Laranjeiras, o qual também é presidente. Usando o vestido de cor vermelho cereja e peruca de fios pretos, característicos da personagem de desenho animado Mafalda, ele estava também celebrando os 50 anos da menina que se preocupava com a paz mundial e a humanidade.

"O Bagunça Meu Coreto sempre foi assim familiar e com todo mundo fantasiado. Para nós, ele é até uma marca. A fantasia é  uma brincadeira do Carnaval que vale à pena. É  o Carnaval que todo mundo brinca", aponta.

O bloco saiu em cortejo pelas ruas do bairro a partir das 11 da manhã embalando todos os foliões que o acompanhavam e as janelas dos apartamentos e casas por onde passara. No repertório, marchinhas antigas e atuais, sambas e outras músicas carnavalescas. Após isso, o bloco parou, a festa não, na Praça São Salvador, famoso reduto da boêmia carioca, no mesmo bairro.

Todavia, o melhor do bloco eram de fato as fantasias originais. Os foliões acordaram inspirados. Por exemplo, a de Victor Félix, 29, estava vestido de apresentador engravatado Gugu Liberato e sua famosa banheira. Victor trocou a banheira pela piscina. E detalhe: tinha assistente de palco e sabonetes também.  Ele conta que sempre assistia ao programa do Gugu e tinha fantasias de participar do quadro. "Eu cresci vendo a banheira do Gugu com Carla Perez e Gretchen. Tinha muita fantasia de segurar a Carla por trás", brinca.

A proposta do nome do bloco é tão levada a sério que, do nada, a country girl Ubirajara Andrade, 27, um fazendeiro e criador de gado nelore e de corte, nascido em Goiânia (GO), toca o seu berrante de verdade e que funciona também como recipiente para whisky. Toda vez que ela toca o berrante, a galera ao redor iria ao o delírio. Ubirajara conta que há dez anos vem para o carnaval do Rio e que sua cantora sertaneja (pode ser também a Shania Twain brasileira) já virou uma personagem da folia:

"Tem uma galera que vem neste bloco comigo. A gente gosta deste bloco e acabou virando uma tradição para gente se divertir toda terça-feira de Carnaval aqui", disse.

Outra fantasia que fazia sucesso era a de "Viúva da Democracia", interpretada por Maria Mostafa, 35. A paulista que mora no Rio há 17 anos, disse que estava de luto pela democracia que morreu no ano passado. "Eu agora ainda estou chorando, estou de luto pela democracia. Mas acredito que o  processo democrático nas próximas eleições tem tudo para correr bem e o Brasil voltar a ter uma democracia participativa como tem em todos os anos mas que no ano passado foi interrompida pelo golpe", analisou.