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Blocos de rua

Bloco do Síndico sai domingo (5) com bateria que reúne gerações da Poli/USP

O Bloco do Síndico foi formado em 2015 por ex-alunos da Escola Politécnica da USP - Junior Lago/UOL
O Bloco do Síndico foi formado em 2015 por ex-alunos da Escola Politécnica da USP Imagem: Junior Lago/UOL

Jussara Soares

Colaboração para o UOL

03/03/2017 16h17

Neste domingo (5), diversas gerações de engenheiros formados pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) vão se reunir a partir das 14h, na praça Hermelino Leite, na Vila Olímpia, Zona Sul de São Paulo. Pode até parecer, mas não é um encontro de ex-alunos da faculdade. Trata-se do desfile do Bloco do Síndico, que pelo terceiro ano encerra o Carnaval de rua com um repertório dedicado a Tim Maia.

Fundado em 2015 por oito amigos que se conheceram cursando engenharia na USP, o bloco tem hoje 80 ritmistas, dos quais 80% foram ou ainda são estudantes da Escola Politécnica e integrantes da Rateria, a bateria da Poli.

“Tivemos a ideia do bloco e, para formar a bateria, começamos a entrar em contato com antigos mestres da Rateria. E, sem querer, criamos um bloco de várias gerações da Poli, com esse clima de reencontro”, diz o engenheiro químico Wanderley Alencar, 34 , o Wawá, mestre do Bloco do Síndico e da Rateria, entre 2001 e 2004.  Ele leva a música tão a sério que também é formado em técnico regente pelo Conservatório Musical Beethoven.

No Síndico, há engenheiros formados na turma de 1997 e jovens que ainda estão na faculdade, que anualmente são convidados a participar da bateria do bloco.

“Eu acredito que esse é um dos ativos mais valiosos da bateria. Trocamos muita informação, damos risadas das mesmas coisas e percebemos que algumas piadas e breques são os mesmos até hoje. Até estágio já foram arrumados nos nossos ensaios”, diz Wawa.

Estudante do terceiro ano de engenharia civil, Marina Monteiro, 21, toca tamborim na Rateria e no Síndico e se diverte com o fato de estar ao lado de ritmistas que entraram na faculdade no mesmo ano em que ela nasceu, em 1996. “É muito engraçado. Essa pessoa podia ser meu pai e o mais legal é que a gente entra numa sala, sem nunca termos ensaiado juntos, e tocamos a mesma música, porque aprendemos na Rateria”, diz.

Apesar de já ter entre seus ritmistas profissionais de outras áreas, mestre Wawa admite que o Síndico se tornou uma extensão da Rateria, embora guarde importantes diferenças. Enquanto as baterias universitárias são bastante focadas nas torcidas, nas festas e, mais recentemente, nas competições, os blocos são um ambiente para as pessoas se divertirem.  Outra diferença é que os estudantes, às vésperas das disputas, chegam a ensaiar até quatro vezes por semana, enquanto que no bloco os integrantes se reúnem apenas uma vez por semana.

“As baterias universitárias têm foco em fazer algo muito mais elaborado. No Síndico, hoje eu foco menos nos breques e viradas e muito mais na cadência e na animação”, diz Wawa.

No repertório do Síndico, sucessos de Tim Maia, claro, como “Descobridor de Sete Mares”, “Vale Tudo”, “É Primavera”, entre outros.

A expectativa neste ano, de acordo com o engenheiro civil Gustavo Gabas, 37, um dos fundadores do Síndico, é atrair cerca de 20 mil pessoas. “Esperávamos que chegaríamos a um número grande, mas não tão rápido”, diz Gabas.

O bloco estreou em 2015 com 2 mil pessoas e, no ano seguinte, já atraiu 12 mil pessoas.

Bloco do Síndico
Quando: dom. (5), às 14h
Onde: Praça Hermelino Leite - av. Hélio Pellegrino com av. Santo Amaro – Vila Olímpia