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Blocos de rua

Rio tem "bloco gourmet" para quem não quer passar aperto no Carnaval

Foliões se divertem no Bloco P(a)rado, no Rio de Janeiro - Giovani Lettiere/UOL
Foliões se divertem no Bloco P(a)rado, no Rio de Janeiro Imagem: Giovani Lettiere/UOL

Giovani Lettiere

Colaboração para o UOL, no Rio

11/02/2018 22h11

Fila no banheiro químico dos blocos de Carnaval? Não tem. Demora para comprar bebida? Também não. Aperto? Nem pensar. O que se tem são lounges para sentar e outros mimos, como carregadores de bateria de celular, customização de fantasias e maquiagem. Esta é a proposta do Bloco P(a)rado, que teve sua segunda edição neste domingo (11) na área externa do restaurante Prado, na Gávea, na zona sul do Rio. Na véspera, 2.000 foliões se divertiram por lá em 12 horas de agito com segurança e estrutura, com direito a ambulância na porta para os que exagerarem na bebida. É o bloco gourmet.

Os foliões, que começaram a chegar por volta das 18h por conta do forte calor deste domingo no Rio, aprovaram. "Aqui é diferente. Não é a zona de bloco de rua. É mais tranquilo e mais seletivo", afirmou Giovanna Rinvenuto, dentista de 24 anos. A amiga dela, Luana Cordeiro, concorda. "Os blocos de rua têm muita multidão. A questão da segurança aqui é o principal. Fico tranquila com meu celular no bolso", acrescentou a jovem, também dentista e de 24 anos.

Já as amigas e universitárias Brenda Almeida e Beatriz Oliveira, ambas de 21, e Mariah de Luna, 20, gostaram do P(a)rado, mas não abriram mão dos blocos de rua. "Vim pois muitos amigos meus vinham. É claro que me preocupo com a segurança, que aqui é muito maior, mas não deixei de ir nos blocos que eu gosto, como o Areia e o Escangalha", contou Brenda. "Eu prefiro aqui, com mais estrutura", emendou Beatriz.

Mariah de Luna - Giovani Lettiere - Giovani Lettiere
As amigas Mariah de Luna e Júlia Moura
Imagem: Giovani Lettiere

Mariah de Luna, estudante universitária de 20 anos, destacou a questão da segurança: "Estou gostando muito do bloco P(a)rado. Mais seguro e parece que a gente conhece todo mundo". "Não é tão exposto como no Carnaval de rua. Aqui o público é diferenciado", completou Júlia Moura, universitária de 20 anos.

Quem teve a ideia de levar o "raio gourmetizador" para os blocos carnavalescos foi o jovem empresário carioca Pedro Ramalho, de 22 anos. "Sempre fui um folião de rua. Mas de três anos para cá eu e muitos amigos deixaram de ir por falta de segurança e de estrutura, como banheiros. Era sempre um perrengue", lamenta ele, que não pretende tomar o lugar dos tradicionais cortejos pelas ruas do Rio.

"Quero ser uma nova opção no Carnaval de rua. Trouxe os blocos para dentro desta estrutura. Quero a energia das ruas aqui. Não montei um bloco, chamei os consagrados. É para complementar", explicou ele, que trouxe para o palco Amigos da Onça, Minha Luz É de Led, Volta Alice e, neste domingo, Corre Atrás, Batuque das Meninas --que desfila às 16h na Quarta-Feira de Cinzas no Largo do Machado-- e Afrojazz.

A alcunha de "bloco gourmet" não chateia Pedro. "O Carnaval é democrático e faz parte da cultura do Brasil, sobretudo aqui no Rio. Quem quer passar perrengue, não temos nada contra", alfinetou.

Entre um bloco e outro, DJs assumiram o som, com muita música pop, funk e até sertanejo. Os preços no bar eram, claro, mais altos do que os cobrados por ambulantes nos blocos de rua tradicionais. Água e refrigerante a R$ 6 e cerveja, R$ 8.

Bloco P(a)rado - Giovani Lettiere/UOL - Giovani Lettiere/UOL
Imagem: Giovani Lettiere/UOL