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Rio de Janeiro

Carro quebrado azeda alegria de homenagem de Grande Rio a Chacrinha

Caminhão recoba carro alegórico quebrado da Grande Rio - Thiago Ribeiro/AGIF
Caminhão recoba carro alegórico quebrado da Grande Rio
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Laís Gomes, Liane Rosa e Rafael Lopes

Colaboração para o UOL, no Rio

12/02/2018 03h57Atualizada em 12/02/2018 10h56

 O desfile da Grande Rio na madrugada desta segunda-feira (12) tinha tudo para ser marcado pela alegria: com o enredo "Vai para o trono ou não vai?", a escola homenageou o centenário de Chacrinha e levou para a avenida muita cor e irreverência.

No entanto, um problema com o último carro alegórico atrapalhou a evolução da escola de Duque de Caxias. A agremiação teve que paralisar a apresentação depois que a alegoria, que representaria a infância do apresentador, teve uma roda quebrada e não conseguiu manobrar para entrar na avenida.

Ainda tentando fazer o carro entrar, a escola teve que segurar os componentes, abrindo um buraco no setor 1, que ainda não conta para a avaliação dos jurados. A saída da bateria do recuo teve que ser adiantada para ocupar o espaço aberto. A alegoria acabou não entrando e a agremiação desfilou com um carro a menos.

Juliana Paes desfila pela Grande Rio - Bruna Prado/UOL - Bruna Prado/UOL
De dourado, Juliana Paes brilhou como rainha de bateria da escola
Imagem: Bruna Prado/UOL

Para liberar a entrada para a última escola da noite, a Mocidade Independente de Padre Miguel, o carro quebrado teve que ser rebocado por toda a extensão da Sapucaí ao fim do desfile.

Por conta do problema, a Grande Rio estourou o tempo em 5 minutos e deve ser punida. Para cada minuto além do tempo máximo de 75 minutos, a escola perde 0,1 ponto, segundo o regulamento da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba).

Em 2006, a Grande Rio já havia deixado escapar o título por conta do tempo de desfile. Estourou em um minuto, levando a um empate em pontos com a Vila Isabel. No critério de desempate, a Vila levou a melhor em nota de samba-enredo e faturou o campeonato.

Na dispersão, o clima entre os componentes era de tristeza e choro. "Fizemos um belo desfile. Papai do céu não quis, agarrou no último carro, mas o folião passou feliz, passou alegre. Uma hora chega a nossa vez", comentou o presidente da agremiação de Duque de Caxias.

Maria Clara Oliveira, sobrinha e afilhada do bicheiro, desfilaria no carro quebrado e deixou a concentração da Sapucaí ao lado de seu irmão Natan e sua mãe, Iara, desconsolada. Segundo a mãe da menina, seria a primeira vez da filha no carro. "Ela estava muito ansiosa para vir no carro e acontece essa fatalidade, é muito triste", disse.

Alô, alô, Terezinha

Não fosse o problema com a alegoria, a Grande Rio teria marcado sua passagem por muito bom humor, com fantasias e alegorias que traziam referências a características marcantes de Chacrinha, como o bacalhau que ele distribuía à plateia (jogado por integrantes para a arquibancada), a buzina e o disco de telefone.

Figuras que passaram pelo programa do apresentador também estiveram presentes: Gretchen desfilou em um carro com sósias de Dercy Gonçalves, Benito di Paula e Roberto Carlos e a primeira porta-bandeira, Verônica Lima, veio caracterizada de Elke Maravilha, que era jurada do show de calouros.

O ator Stepan Nercessian foi um dos Chacrinhas espalhados pelo desfile da Grande Rio, como destaque do segundo carro, Discoteca do Chacrinha. Stepan tem uma longa relação com o homenageado pela escola da Baixada Fluminense. O ator interpreta Chacrinha no teatro desde o final de 2013, e acabou de gravar um filme sobre a vida do apresentador, que estreia no segundo semestre de 2018 nos cinemas.

"O Jayder [Soares, presidente de honra da escola] foi assistir à peça e teve a ideia de fazer o desfile", contou o ator, ao UOL, antes do desfile. "Ele aceitou a minha sugestão de o refrão ter 'Oh, Terezinha'. Fui defensor disso".