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Salgueiro empolga na noite de ensaios técnicos do Rio

Viviane Araújo no ensaio técnico do Salgueiro na Sapucaí - Daniel Pinheiro/AgNews
Viviane Araújo no ensaio técnico do Salgueiro na Sapucaí Imagem: Daniel Pinheiro/AgNews

17/02/2019 10h20

Na segunda noite da temporada de ensaios técnicos, a Marquês de Sapucaí recebeu um bom público para assistir as passagens de Acadêmicos do Salgueiro, Unidos do Viradouro e Acadêmicos do Grande Rio. E, justificando a expectativa, o Salgueiro foi o destaque da noite. Com um dos sambas que mais vem se destacando na temporada pré-carnavalesca, a vermelho e branca da Tijuca fez um ensaio empolgante. De volta ao Grupo Especial, a Viradouro mostrou competência. Já a Grande Rio precisa acertar alguns detalhes.

Recebido por um público em êxtase e formado, em grande parte, por seus torcedores, o Salgueiro abriu a noite pisando firme. Desde o esquenta, quando os intérpretes Emerson Dias e Quinho entoaram clássicos da escola, como "Peguei um Ita no Norte" e "A Ópera dos Malandros", até a passagem do último componente, o que o público pôde conferir foi uma escola empolgada e que matou no peito o ótimo samba que tem para o Carnaval 2019.

Envolta por uma briga jurídica por sua presidência durante todo o segundo semestre do ano passado, a escola começou seus preparativos no barracão com atraso. Porém, os salgueirenses mostraram que não serão possíveis percalços na parte plástica que poderão comprometer seu desfile. Apoiado por um canto uníssono e uma entrosada bateria, comandada pelos estreantes mestres Guilherme e Gustavo, o Salgueiro fez o público vibrar.

De volta ao posto de mestre-sala e porta-bandeira, o casal Sidclei e Marcella Alves flutuou pela avenida. À frente dos ritmistas, Viviane Araújo, arrancou aplausos entusiasmados. A ex-presidente da escola, Regina Celi Fernandes, afastada do cargo pela Justiça em dezembro, esteve presente e, com um vestido vermelho, saudou a bandeira e evoluiu, empolgada, pelo meio das alas.
Em seguida, foi a vez da Unidos do Viradouro fazer o seu treino. Afastada do Grupo Especial desde 2015, a escola de Niterói investiu pesado para este Carnaval. Trouxe o carnavalesco Paulo Barros e repatriou o mestre de bateria Ciça, que esteve nos últimos anos na União da Ilha. Com uma boa situação financeira e o barracão adiantado, tem promovido concorridos ensaios de rua em Niterói.

No palco principal do Carnaval, a Viradouro confirmou que está no caminho certo. As alas evoluíram soltas e animadas e cantando a plenos pulmões o samba-enredo, que mostrou-se funcional. O intérprete Zé Paulo Sierra teve uma performance segura, assim como a bateria. Pelo que mostrou na Sapucaí, a Viradouro vem forte e disposta a brigar por uma vaga entre as seis escolas que desfilarão no Sábado das Campeãs.

A noite foi encerrada pela Acadêmicos do Grande Rio. Penúltima colocada no último Carnaval, foi salva do rebaixamento por uma controvertida virada de mesa. Para este Carnaval, aposta em um enredo sobre os pequenos pecados que cometemos na vida cotidiana e traz um pedido de desculpas por todo imbróglio. Ao que parece, o público ainda não se comove com a mensagem da escola de Duque de Caxias. Durante todo o desfile, as arquibancadas apenas assistiram a passagem da escola, sem grandes manifestações de entusiasmo.

A Grande Rio fez um ensaio compacto, mas desigual no canto. Enquanto algumas alas, nitidamente de comunidade, cantavam forte o samba, outras passavam sem o mesmo entusiasmo. A bateria, de Mestre Fabrício, estreante no posto, ousou com várias paradinhas. O intérprete Evandro Malandro, outro debutante, demonstrou segurança. Mas o samba-enredo, apesar de todo o esforço do cantor, deixou flagrante suas fragilidades e não conseguiu empolgar.

Os ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí continuam neste domingo, a partir das 20h, com as passagens da São Clemente, Mangueira e Portela. A entrada é franca.

Anderson Baltar