Exposição apresenta o imaginário dos Carnavais de Rosa Magalhães
Com a presença da homenageada, foi inaugurada, na noite desta sexta (8), no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro, a exposição "Uma Delirante Celebração Carnavalesca: O Legado de Rosa Magalhães".
Com um diversificado acervo, conjugando quadros, esculturas, fotos, maquetes, peças de vestuário, perucas e instalações, a mostra tem o objetivo de apresentar a visão de 35 artistas, de diferentes áreas e tendências, sobre a carnavalesca da Portela, detentora de sete títulos do Carnaval carioca.
Sorridente, enquanto autografava o recém-lançado livro "E Vai Rolar a Festa", sobre suas experiências como diretora das cerimônias de abertura do Pan 2007 e de encerramento da Olimpíada 2016, a carnavalesca afirmou estar emocionada com a oportunidade de ter sua obra revisitada: "Estou muito feliz. É raro ver o Carnaval ocupar os salões de uma galeria de arte. Ele está presente nos trabalhos de muitos artistas contemporâneos, que, em algum momento, já produziram fantasias, quadros e até decorações de bailes carnavalescos. O que falta é catalogar esse trabalho".
Disposta em três ambientes, a exposição leva o visitante a uma viagem pelo imaginário de Rosa. Logo na entrada, a sua formação como pessoa e artista, com menções a seus pais, Raimundo Magalhães Junior, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, e Lúcia Benedetti, autora teatral.
Sua maior influência, Fernando Pamplona, carnavalesco e seu professor na Escola de Belas Artes da UFRJ, também é lembrado.
A primeira sala contém trabalhos que relembram as viagens imaginárias dos enredos de Rosa. Vários barcos são retratados. Como destaca o curador da exposição, Leonardo Antan, a homenageada levou para a avenida cerca de 30 enredos com barcos e navios. "Ninguém colocou tanta embarcação na Sapucaí quanto Rosa Magalhães. Por isso, nessa primeira parte, procuramos, dentre vários artistas contemporâneos, obras que dialogam com Carnavais inesquecíveis dela", explica.
Na segunda sala, batizada de "Diáspora", artistas que integram a equipe de Rosa Magalhães têm suas obras expostas. O terceiro ambiente retrata a visão de brasilidade da artista e tem peças criadas por carnavalescos como Jack Vasconcelos (Paraíso do Tuiuti), Jorge Silveira (São Clemente) e da dupla Leonardo Bora e Gabriel Haddad (Acadêmicos do Cubango).
Jack optou por trazer uma junção entre o seu enredo de 2019 e um dos desfiles mais icônicos de Rosa: "Fiz a junção do bode Ioiô com o jegue do Carnaval de 1995. A Rosa é a minha maior influência. Quando comecei a desfilar, na Imperatriz, eu vestia as fantasias dela", afirma.
Gabriel Haddad elaborou um anjo barroco, tão caro à obra da homenageada, forrado com uma estamparia de onça. "Foi a minha forma de apresentar a visão tão peculiar de Brasil que a Rosa tem", explica o carnavalesco.
Leonardo Bora, por sua vez, além de ter auxiliado com embasamento teórico da mostra, lançará, em abril, um livro sobre Rosa Magalhães. "Fiz meu mestrado e doutorado na Faculdade de Letras da UFRJ sobre o trabalho dela. Ela é a referência para nossa geração de carnavalescos e tem um estilo único de criar suas narrativas", afirma.
A mostra, que foi financiada por uma campanha de arrecadação pela internet, ficará aberta ao público até 27 de abril, de segunda a sábado, das 12h às 18h. O Centro de Artes Hélio Oiticica fica na rua Luis de Camões, 68, no centro do Rio.
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