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Após decapitação, diretor de "O Rico e Lázaro" rebate críticas e cita Globo

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

17/11/2017 15h35

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A TV Record exibiu na noite desta quinta-feita (16) uma forte cena de decapitação de um dos personagens na novela bíblica "O Rico e o Lázaro". Na sequência, Belsazar (Marcelo Arnal) é morto com um golpe de espada no pescoço por um soldado da Pérsia, tem a cabeça decepada e cai, jorrando sangue. Em seguida, o membro é visto separado do corpo.

O alto grau de realismo provocou reações contrárias entre os internautas que acompanhavam a trama bíblica, por volta das 21h30: alguns acharam a cena inadequada para o horário; outros, elogiaram a sequência.

Ao UOL, Edgard Miranda, diretor-geral da novela, contou que a cena demorou cerca de dois meses para ficar pronta --entre a gravação no Rio e a finalização dos efeitos de computação gráfica, feita nos estúdios da produtora Casablanca, em São Paulo.

"Achei bacana retratar esse combate, que era bastante comum na época. Gravamos a cena em um dia e depois [o material] foi para São Paulo, onde o departamento de computação da Casablanca levou pelo menos uns dois meses para finalizar".

Miranda disse ter se inspirado em Quentin Tarantino, diretor de filmes como "Kill Bill" e "Dlango Livre", mestre das cenas sangrentas. "Eu sou cinéfilo e apaixonado pelo Tarantino. Então, a gente tenta colocar aquela 'sanguera'", contou.

Questionado sobre algumas críticas de telespectadores, que consideraram a cena forte demais para o horário das 21h, Miranda rebateu comparando a "O Outro Lado do Paraíso", novela do mesmo horário na Globo, em que a protagonista Clara é violentada pelo marido, Gael.

"O horário já era quase às 10h da noite. Se a gente for analisar toda aquela coisa que passa na novela 'O Outro Lado do Paraíso', em que a mulher é espancada diariamente, eu acho muito pior do que a gente viu da cabeça, em uma novela de 2 mil anos atrás", observa.

Recentemente, a novela foi reclassificada de 12 para maiores de 14 anos, mas o diretor não concordou com a mudança. "Eu não achei justa. Eles foram reclassificar na última semana", afirmou.