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Relembre sucessos e fracassos de novelas que exploraram elementos mágicos

Do UOL, no Rio

11/11/2018 04h00

Aguinaldo Silva gosta de realismo fantástico, não há dúvida. "O Sétimo Guardião" é a sexta novela do gênero feita pelo autor, considerado um especialista nessa seara. Elementos mágicos intercalados à realidade cotidiana não são exclusividade dele. Outros autores também flertaram com esse tipo de narrativa. Enquanto uns conseguiram colher bons números de audiência, outros ficaram no meio do caminho. Relembre quem deu certo e quem fracassou no fértil e pantanoso terreno da fantasia.

  • Divulgação/TV Globo

    "O Bem Amado"

    A primeira novela exibida em cores contava a historia do prefeito Odorico Paraguaçu, político demagogo e corrupto, que iludia o povo simplório de pequena Sucupira, com seus discursos inflamados e verborrágicos. O ano era 1973, época da Ditadura Militar e com a censura a todo vapor na televisão. Dias Gomes flertou com o realismo fantástico na trama do pescador Zelão das Asas, que desejava voar e concretizou seu sonho no último capítulo.

    Em "Roque Santeiro", escrita a quatro mãos com Aguinaldo Silva, em 1985, o professor Astromar virava lobisomem nas noites de lua cheia e assombrava a cidade de Asa Branca. As duas obras conquistaram o público.

  • Divulgação/TV Globo

    "Vamp"

    Em 1991, Antônio Calmon apostou todas as suas fichas no universo dos vampiros. Natasha, uma cantora de rock, vendeu sua alma ao terrível conde Vlad, o chefe dos vampiros, para brilhar na carreira. Efeitos, figurinos, maquiagem e o lado musical contribuíram para o sucesso da novela.

    Dois anos depois, o mesmo autor voltou à temática fantástica em "Olho no Olho", que contava a história de Aleph, um paranormal sem total domínio de seus poderes. Já Fred, outro personagem com poderes, usava o dom para o mal, misturando paranormalidade com corrupção e crimes em meio a triângulos amorosos. Dessa vez, a novela não caiu no gosto os telespectadores.

  • Divulgação/TV Globo

    "Da Cor do Pecado"

    Primeiro sucesso de João Emanuel Carneiro, a novela foi exibida pela primeira vez em 2004 e marcou a estreia de uma protagonista negra em uma história contemporânea e urbana: Taís Araújo. Mas, o grande sucesso ficou mesmo para o núcleo da família Sardinha. As trapalhadas de Mamuska e sua prole beiravam ao impossível, como uma sopa mágica que proporcionava uma grande força, cuja receita é guardada a sete chaves pela matriarca, mas agradavam e arrebatavam os fãs da novela.

  • Reprodução/TV Manchete

    "Brida"

    Baseada no best seller homônimo de Paulo Coelho, a novela foi exibida na extinta Manchete, em 1998, e a expectativa era grande. Sob a batuta do diretor Walter Avancini, a trama teve uma produção jamais vista na emissora, com gravações em Dublin, na Irlanda. No enredo, magia, reencarnações e amores impossíveis. A novela, porém, não emplacou e com dois meses no ar foi encerrada. O capítulo 54 mostrou as cenas que já haviam sido gravadas, enquanto o desfecho era narrado por um locutor, sem um desfecho propriamente dito. No ano seguinte, a emissora fechou as portas.

  • Record/Divulgação

    "Os Mutantes"

    Tiago Santiago foi quem escreveu "Os Mutantes", segunda novela da trilogia de sucesso, exibida entre 2007 e 2009, que começou com "Caminhos do Coração" e terminou com "Promessas de Amor". O sucesso foi tão grande que o autor deu maior ênfase aos seres fantásticos do que à parte romântica da história. Quem queria saber de amores proibidos? Quem queria saber de mocinha derrotando a vilã? O público queria saber mesmo das mutações genéticas, superpoderes e batalhas excêntricas. Com o passar do tempo, o assunto foi ficando repetitivo e a fantasia deu lugar às novelas bíblicas na grade da Record.

  • Divulgação/TV Globo

    "Saramandaia"

    Criado por Dias Gomes, autor da versão original de 1976, "Saramandaia" ganhou um remake 37 anos depois, com a assinatura de Ricardo Linhares. A trama central gira em torno de um plebiscito para mudar o nome da cidade de Bole-Bole para Saramandaia e da clássica disputa entre duas famílias que dividem força de uma pequena cidade, com direito a amores proibidos e ódios declarados. O molho está no imaginário popular centralizado nos personagens icônicos como Dona Redonda, o lobisomem Aristóbulo e o homem-pássaro João Gibão. Apesar do horário das 23h, a trama rendeu bons números na audiência.