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Blocos de rua

Carnaval de Rua em SP teve 3,5 milhões de foliões e pode formalizar blocos

André Sturm - Sylvia Masini/BBC Brasil - Sylvia Masini/BBC Brasil
O secretário de cultura de São Paulo, André Sturm
Imagem: Sylvia Masini/BBC Brasil

Jussara Soares

Colaboração para o UOL

09/03/2017 13h00

Depois de reunir 3,5 milhões de pessoas em desfiles de 381 blocos, segundo estimativas da Prefeitura, São Paulo caminha para ter o maior Carnaval de rua do Brasil. A previsão é do secretário municipal de Cultura, André Sturm, que defende uma formalização para os blocos em 2018 para que possam ser responsabilizados por eventuais descumprimentos dos acordos de organização com o poder público. 

A meta é que até junho as novas regras para a folia já sejam publicadas para que blocos e poder público iniciam a organização. "A relação dos blocos com a cidade é muito informal", disse Sturm ao UOL. Embora reconheça que nem todos os grupos tenham condições de criar e manter um CNPJ, o secretário sugere que os organizadores sejam responsabilizados caso haja descumprimento das regras acordadas.

Atualmente, os blocos que querem desfilar na cidade preenchem um cadastro com os dados do organizador. "Esse cadastro não tem muita responsabilidade. Há blocos que não cumpriram o seu papel e não há como serem cobrados", avaliou Sturm. "Essas são impressões pessoais do André Sturm. Precisa ter responsabilidade", pontuou.

A proposta do secretário vem embasada em exemplo de blocos que, segundo ele, descumpriram trajetos, desrespeitaram horários e até um grupo que expulsou do desfile a equipe de marketing da marca patrocinadora oficial do evento. "São patrocinadores do Carnaval de Rua, que fornecem a infraestrutura. Isso não pode acontecer", disse, sem citar os nomes dos blocos.

Para 2018, a meta é começar os trabalhos de organização da festa com antecedência e até o fim do primeiro semestre já ter as novas diretrizes para o Carnaval. "A expectativa é até junho ter as regras sobre o Carnaval de Rua, publicar o chamamento [de patrocínio] e iniciar o cadastramento dos blocos".

Na próxima semana, uma reunião com os órgãos envolvidos na organização o Carnaval de Rua, como as secretarias das prefeituras regionais e do Transporte, fará uma avaliação da festa e começar a projetar para o próximo ano. "Ficamos muito satisfeitos. Houve um aumento de público, de blocos e os problemas foram pontuais. Não tivemos incidentes".

Na pauta da organização do próximo Carnaval, já estão a discussão de vetar totalmente blocos grandes em bairros e evitar que megablocos comecem seus desfiles à tarde para evitar problemas na dispersão. "Temos a consciência de que o Carnaval não é apenas uma manifestação de alegria, mas um potencial econômico. Tenho certeza que, em pouco tempo, seremos o maior Carnaval de Rua do Brasil."