Se nos finais de semana anteriores, São Paulo já se agitava com pré-Carnaval, os ensaios e festas dos blocos, neste sábado (3), o clima da festa tomou geral a cidade. Os transportes públicos ficaram lotados de pessoas fantasiadas.
O "gargalo" neste sábado foi a região de Pinheiros, que recebeu um dos maiores blocos da cidade, o Casa Comigo, que tem como destaque a modelo e atriz Ellen Jabour.
Por volta do meio-dia, centenas de "noivinhos", "noivinhas" enchiam a Avenida Faria Lima. E também – por que não? – padres, como Márcio Reis, com fantasia religiosa, distribuía bênçãos e hóstias de pão de queijo. " Por que não dar as bênçãos aos casais que se formam no Carnaval?", brincou.
Além das fantasias tradicionais relacionadas ao casamento no bloco, destacam-se os criativos que utilizam piadas da atualidade nas redes, como as com o nome Enzo e a de Jojo Todinho, do hit "Que tiro foi esse?", sem falar nas "tiradas" em plaquinhas penduradas no pescoço.
Raphael Guedes, um dos fundadores do Casa Comigo, comemora o sucesso crescente do bloco, sem se importar se é o maior ou um dos maiores blocos da cidade. "O importante é entregar essa festa maravilhosa, que as pessoas curtem muito e sempre querem voltar."
Ale Youssef, presidente do Acadêmicos do Baixo Augusta, também estava presente no desfile do Casa Comigo e diz que o carnaval da cidade faz jus ao tamanho e ao que ela merece. "É preciso cada vez mais avançar com o povo na rua e com liberdade".
Às 16h, a Linha Amarela interrompeu o trajeto entre a estação Luz e Faria Lima, fazendo apenas viagens no sentido Fradique-Butantã, para conter o grande número de pessoas. A solução de quem queria curtir o Carnaval foi descer a Avenida Rebouças a pé.
O Largo da Batata no horário estava lotado, com total dificuldade de locomoção.
Mesmo com a lotação, não foram vistos tumultos e brigas, as pessoas levaram numa boa e começaram a gritar em coro: "Mano do Céu".
Homenagem à Rita Lee
Não muito distante dali, na Rua dos Pinheiros, o bloco Ritaleena, que recria as canções da cantora Rita Lee, na versão carnaval, arrastava diversas gerações pelas ruas do bairro.
Entre elas, Edimeia Giffoni, 69, e Elisa Turini, 70, aposentadas e moradoras da Avenida Henrique Schaumann. "Acompanhamos o Ritaleena há quatro anos e para nós é o melhor bloco", disse Edimeia.
Alessa, fundadora e puxadora do bloco, avalia que a presença da "avó, mãe e filha" e o girl power são uma marca do Bloco. "Escolhemos homenagear a Rita Lee por ser uma mulher, ícone de São Paulo e que atravessou décadas com muita atitude e muita música boa."
Laís Reis, formada em Letras, aproveitou o Ritaleena para vender seus "geladinhos alcoólicos", incluindo o "Geladinho Selvagem", uma mistura de catuaba selvagem com leite ninho e leite condensado.
" A gente vai testando os blocos para ver qual vende mais. Essa está indo bem e geralmente é uma renda que dá para pagar as contas. A única coisa chata é lidar com os caras que chegam com xaveco furado, pedindo beijo quando compram nosso produto."
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